Se estão a pensar visitar a Índia, uma das coisas que têm de conhecer bem são os meios de transportes indianos para se deslocarem entre grandes cidades e dentro das próprias cidades. A Índia é um país gigantesco, é quase um continente com 28 estados e quase tantos idiomas. As distâncias entre cidades são grandes, as estradas péssimas e o trânsito mais que caótico. Por isso o carro é fortemente desaconselhado.
Uma das melhores formas de viajar na Índia é de comboio. A rede ferroviária é muito boa e extensa, fazendo deste, um dos melhores meios de transporte da Índia. Os autocarros também podem ser uma boa opção, mas são mais desconfortáveis e por vezes mais caros.
Transportes na Índia
Podem ver aqui todas as informações úteis para os diferentes meios de transporte na Índia.
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Viajar de avião na Índia
- o meio de transporte mais rápido e caro para viajar na Índia -
O avião é uma excelente opção para se deslocarem entre duas cidades muito afastadas como Nova Délhi e Mumbai ou Nova Délhi e Goa. Se tencionam visitar apenas um estado, por exemplo o Rajastão, esta não será a melhor opção para se deslocarem, pelo menos não a mais econômica. Há quem opte por voar de Délhi para Varanasi para poupar longas horas de comboio e a partir daí podem apanhar um comboio para Agra, Jaipur e por aí fora. Os comboios noturnos são bem confortáveis e podem vos fazer poupar uma noite de hotel. Tudo depende do tempo que dispõem e da vossa flexibilidade.
Uma das melhores companhias aéreas na Índia é a IndiGo que inclui uma mala de porão de 15kgs e uma bagagem de mão de 7 kgs. Pequenos atrasos não são infrequentes na Índia, mas isso aplica-se a todas as companhias aéreas.
Viajar de comboio na Índia
- o melhor meio de transporte para se deslocar -
Como já referi mais acima, este é para mim o melhor meio de transporte na Índia. É uma opção confortável e econômica para se deslocar, mesmo para grandes distâncias. Existem imensas linhas e vários comboios com todas as classes para satisfazer todos os gostos. Podem ver aqui as diferentes classes de comboio para fazerem uma escolha informada e sem surpresas desagradáveis.
O único problema deste meio de transporte é a reserva dos bilhetes, nem sempre fácil a partir do estrangeiro.
Para conseguir ter acesso a todos os lugares disponíveis e aos “preços indianos” é preciso fazer o registo no site oficial com um número de telemóvel indiano.
Não experimentamos com o nosso número português, mas aparece essa opção sendo necessário pagar uma taxa de 100 rupias. Se tiverem um número indiano o registo é gratuito. Com o registo feito, conseguem depois ter acesso a todos os comboios e lugares disponíveis, basta escolher o horário pretendido e proceder ao pagamento.
Todos os blogues dizem para reservar com 1 a 2 meses de antecedência porque os lugares esgotam. Acho que isso só se aplica se o registo for feito com um número estrangeiro. Pelos vistos existe um quota para turistas daí ser melhor fazerem o registo com um número indiano. Fiz várias pesquisas para trajectos muito populares como Délhi-Agra ou Agra-Jaipur e encontro sempre lugares nos próximos 3 dias. De qualquer forma, não se preocupem, existe sempre maneira de comprar um bilhete de comboio se tiverem rupias suficientes. Basta perguntar no vosso hotel. Existem também numerosas lojas turísticas que oferecem esse serviço, mas tenham muito cuidado com as possíveis burlas.
Autocarros da Redbus na Índia
- uma alternativa ao comboio para trajectos longos -
Este foi o primeiro meio de transporte que experimentamos na Índia. E que experiência. Não havendo comboios entre Délhi e Dehradun escolhemos viajar de autocarro noturno. Recomendo esta opção apenas se, como nós, não tiverem outra opção e quiserem poupar dinheiro.
Primeiro ponto negativo: o autocarro não tem casas de banho e num trajecto de 8h fez apenas uma paragem. Alguns autocarros têm casas de banho, por isso escolham com cuidado a companhia. Segundo ponto negativo: do lado direito ficam os lugares para casais que partilham “um beliche/cama”, que pelas medidas europeias seria no máximo para 1 pessoa e meia. Sabendo que as mochilas também ficam dentro desse pequeno compartimento, acaba por ser pouco confortável.
Terceiro ponto negativo: os condutores são completamente doidos a conduzir e as estradas estão cheias de lombas. Escusado será dizer que voamos diversas vezes. Digo voar porque o meu corpo descolou mesmo da cama, arrancando-me um grito de surpresa/medo. Quarto ponto negativo: os lençóis e almofadas que fornecem estão cheias de pó e provavelmente pulgas, pois fiquei imediatamente com imensa comichão no corpo. Felizmente tínhamos connosco o repelente em spray da Wild at Ease que colocamos nas nossas roupas e nos lençóis. A comichão desapareceu e lá tentamos descansar.
Quinto ponto negativo: não existem paragens de autocarro. Não foi fácil descobrir a paragem em Délhi que afinal era no meio de uma rotunda. Em Dehradun o autocarro parou numa estrada principal e deixou-nos assim na escuridão. Admito que toda a experiência de andar de autocarro noturno foi para mim um pouco assustadora. Sozinha não o teria feito, mas sou uma medricas.
Resumindo, se não tiverem outra opção há sempre autocarros da Redbus. Podem comprar os bilhetes no dia anterior ou no próprio dia sem problema. Existem várias ligações possíveis, mas os horários são geralmente de noite. Tivemos relatos de pessoas que adoraram andar de autocarro noturno na Redbus. Se calhar tivemos uma má experiência, mas admito que não me apetece tentar novamente.
Autocarros públicos na Índia
- o meio de transporte que garante adrenalina -
A nossa primeira experiência de autocarro público foi no casamento. Admito que depois do autocarro da redbus, supostamente melhor que os públicos, estava com algum receio. E sabem que mais? Foi uma agradável surpresa. Nas grandes cidades existem estações de autocarro sendo mais fácil encontrar o autocarro certo. Perguntamos a uma pessoa aleatória que nos indicou de imediato o autocarro que procurávamos. Estes autocarros não têm horários certos, quando ficam mais ou menos cheios arrancam.
São igualmente loucos a conduzir, mas prefiro saltar do banco sentada em vez de deitada. O trajecto demorou 1h, pagamos 80 rupias (pouco mais de 1 euro) e éramos obviamente os únicos turistas.
Entretanto já apanhamos outros autocarros públicos e entre cidades próximas acaba por ser uma opção muito económica e suportável. Além disso, é óptimo para contactar com os locais. São geralmente super curiosos porque raramente veem turistas nestes autocarros. Há autocarros públicos para quase todos os trajectos, inclusive trajectos longos.
Tuk-Tuk na Índia
- o meio de transporte mais econômico dentro das cidades -
É o meio de transporte mais econômico apenas se souberem negociar. Explico tudo neste artigo “Como evitar as burlas indianas“. Se não se quiserem chatear e quiserem evitar ao máximo as burlas então o melhor será chamar um Uber ou um Olá para trajectos longos dentro de uma cidade.
Usamos imenso os tuk tuks porque sabemos os preços e gostamos de negociar. Nem toda a gente gosta. O melhor é apanhar um dos numerosos tuk tuks partilhados que circulam nos trajectos mais populares com preços fixos por pessoa (geralmente 10 a 15 rupias). São maiores que os outros e fazem sempre os mesmos trajectos. Para saber onde os apanhar será melhor perguntar no vosso hotel ou a uma alma caridosa na estrada, mas nem sempre é fácil encontrar alguém que saiba falar inglês e que não esteja no ramo do turismo.
Cuidado com os rickshaw que são ligeiramente diferente dos tuk-tuks. São geralmente abertos, andam mais devagar e são proibidos em algumas zonas. Podem ver aqui mais informações.
Andar de mota na Índia
- para lugares menos movimentados -
Pode ser uma excelente opção para descobrir as praias de Goa ou os backwaters do Kerala por exemplo. Os mais aventureiros poderão passar pelas grandes cidades, mas quem percebe mesmo de andar de mota na Índia é sem dúvida o Jorge Vassalo que percorreu cerca de 5000 km em cima de uma vespa.
Também conhecemos um casal espanhol que chegou à Índia de mota desde Barcelona. E estavam claramente a adorar a experiência.
Uber e Ola na Índia
- a melhor opção para evitar burlas nas cidades -
Para se deslocarem entre dois pontos muito afastados ou para ir até a estação de comboios, autocarros e aeroportos recomendamos usar uma destas duas aplicações. A Ola é a mais usada na Índia, mas ambas apresentam os mesmos preços. Convém sempre verificar nas duas aplicações, pois pode haver promoções e preços mais baixos numa delas para um dado trajecto. É sem dúvida a melhor opção se não se quiserem chatear com negociações e evitar burlas.
Viajar com motorista na Índia
- para quem quiser viajar sem preocupações -
Muito sinceramente não achamos que seja a melhor opção para viajar na Índia. O preço é completamente absurdo para um país em que pagam pouco mais de 1€ para andar 100kms num autocarro e pouco mais de 3€ para uma viagem de comboio. Falamos com algumas pessoas que viajaram dessa forma, pagaram uma média de 60€/dia e passaram ao lado de muita coisa. A Índia sofre infelizmente de muitos preconceitos. Também tinha os meus receios, e agora percebo que eram completamente infundados e fico muito feliz por ter “dado o passo” e ter finalmente visitado a Índia. Passou a ser um dos meus países favoritos.
Geralmente, as pessoas que viajam com um motorista acabam por ficar fechados numa bolha. O motorista deixa-vos frente ao hotel, frente aos locais a visitar, frente ao restaurante e pronto. Se tiverem um motorista porreiro poderão sem dúvida aprender imenso sobre a Índia e passar por sítios fora dos roteiros turísticos. Conhecemos um grupo de 6 pessoas entre os 50 e 60 anos que tinham elaborado o itinerário deles, reservaram os hotéis sozinhos e depois contrataram um motorista. Estavam a adorar a experiência e tinham um excelente motorista. Portanto, pode ser uma boa opção dependendo do vosso estilo de viagem. Mas não deixem de conhecer a vida local, comer em restaurantes locais, passearem a pé pelas cidades e porque não experimentar uma viagem de tuk tuk.