As burlas a evitar na Índia | Os cuidados a ter

Índice do Artigo

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As burlas são geralmente frequentes na Ásia, e a Índia não faz parte das excepções. Aliás, diria que os indianos tornaram-se expert nessa arte. De tal forma que criaram uma série de esquemas que englobam tantas pessoas que acabamos eventualmente por acreditar neles.

Bastou-nos 1 minuto na Índia para sermos burlados à grande e à indiana. Nem demos por ela. Ficamos tão frustrados que decidimos escrever este artigo para que outros viajantes sejam mais prudentes e consigam evitar estas burlas e histórias desonestas.

Apesar da Índia ser o país onde nos tentaram burlar mais vezes, foi também o país onde fomos mais bem acolhidos. Nunca nos sentimos inseguros nem fomos alvo de ameaças ou roubos. Andamos muitas vezes em transportes públicos e a pé por zonas pouco frequentadas e nunca tivemos problemas. A Índia sofre infelizmente de muitos preconceitos. As burlas são comuns nos países em desenvolvimento e onde o turismo é a maior fonte de rendimento. Basta ter algum cuidado, negociar muito bem e até brincar com a situação. Se vos pedirem 1000 rupias para andar no tuk-tuk porque não pedir 5 000 com um sorriso?

“It’s India you know…”

Pequena anedota

Um dos maiores burlões da história é indiano e chama-se Natwarlal. Esse homem vendeu não uma, nem duas, mas sim TRÊS vezes o Taj Mahal! Sim leram bem. Vendeu três vezes o Taj Mahal a turistas milionários. Depois disso fingiu a própria morte para escapar às mais de 100 acusações. Além do Taj Mahal também conseguiu vender o forte de Agra e o parlamento indiano!

A burla nº1: "as estradas estão bloqueadas"

Esta é a burla que devem conhecer na ponta da língua, pois será provavelmente a vossa primeira burla. Os taxistas e tuk-tuks usam muitas vezes esta burla e para nós não foi excepção. O pior nisto tudo é que já tinha lido sobre este assunto em blogues de viagem, já sabia que usavam exatamente essa frase das “estradas bloqueadas”, mas ele foi tão persuasivo que nos convenceu.

Passo a explicar. 

Mal saímos do aeroporto à procura de um taxista (prontos a negociar) fomos abordados por um homem que se ofereceu por nos levar pela módica quantia de 400 rupias até o nosso hotel. Estávamos cansados da nossa longa viagem noturna e sabíamos de antemão pelo nosso hotel que esse era um preço justo. Aceitamos.

Uma vez dentro do táxi o senhor começa por dizer-nos que dentro de 4 dias são as eleições na Índia, única verdade que saiu da boca desse homem. Na estrada começamos a ver barreiras de polícias encostadas nas bermas e foi isso que nos confundiu. Portanto ficam já a saber. É normal haver barreiras da polícia em várias cidades da Índia. Havia barreiras em quase todas as estradas de Nova Délhi, mas nenhuma a bloquear as estradas.

Portanto ele assegurou-se que tínhamos visto as barreiras e foi nessa altura que pediu para ligar ao nosso hotel. Demos o número que ele escreveu no telemóvel dele, ligou e desligou quase de imediato dizendo que a linha estava ocupada. Voltou a ligar passado 2 minutos e atende o “dono do hotel” (a nossa ingenuidade levou-nos a acreditar que era mesmo o dono do hotel ou alguém da recepção). Ele passa o telefone ao Axel para ele falar com “o dono do hotel”. Este diz-nos que devido a várias manifestações no bairro dele, as estradas estão bloqueadas e que nos vai buscar mais tarde a um posto de turismo perto dali.

LIÇÃO Nº1

Não acreditem em ninguém que vos diga que as estradas estão bloqueadas! Podem confirmar no dia anterior com o vosso hotel se preferirem. Digam que sabem perfeitamente que é mentira, que já falaram com o vosso hotel e que se não vos quiserem levar chamam a polícia.

Levaram-nos então para “um posto de turismo” que era nada mais nada menos que uma loja dum amigo com quatro secretárias e várias cadeiras. Disseram-nos para nos sentarmos pois iria demorar. Um dos jovens que se encontrava dentro da loja começou então a mostrar vídeos no youtube das manifestações e mostrou-nos as notícias confirmando que eram as eleições. 

Começa então a segunda parte do esquema. Por causa das manifestações todos os monumentos em Nova Délhi estão fechados, não faz sentido ficarmos aqui. Devíamos comprar bilhetes de comboio para sair já amanhã para outro sítio… mas que os comboios estavam cheios… felizmente eles ainda tinham bilhetes para vender… blá blá blá

Foi aí que começamos a suspeitar. Só aí. Fomos bastante firmes e demos a entender que não iríamos comprar nada. Pedimos para ligar novamente ao hotel e dizem-nos que o senhor do hotel só nos consegue vir buscar dentro de 4h… oferecem-se para levar-nos num tuk-tuk, sem pagarmos nada a mais por isso. Dividem as nossas 400 rupias, o taxista fica com 350 e dá 50 ao tuk-tuk.

Começa então a terceira parte do esquema. O tuk-tuk anda uns 5-10 minutos até uma estrada, a única estrada que estava bloqueada, e onde nos espera outro homem que nos diz que não podemos passar sem ter “um free pass”. Temos de ir a uma loja oficial buscar esse tal passe. Enquanto reclamamos por termos percebido que era tudo uma burla, o tuk-tuk continua a andar e pára frente a outra loja igual à primeira, mas que se encontrava fechada. Diz-nos que temos de esperar aqui até abrir e que ele depois volta… A outra solução que ele nos propõe é deixar-nos numa estação de metro. Muitos dos turistas que chegam até esta parte do esquema acabam por aceitar essa solução e vão de metro. Nós não aceitamos e ameaçamos chamar a polícia. 

Portanto essa é outra regra que devem saber. Eles mudam de atitude se falarem da polícia. Quando perceberem que se trata de uma burla devem ameaçar chamar a polícia. No nosso caso dissemos que só saíamos do tuk-tuk se ele nos deixasse frente ao hotel ou frente a um posto de polícia. A nossa sorte é que ele ficou tão atrapalhado quando falamos da polícia que descaiu-se admitindo que as estradas não estavam bloqueadas, mas que estávamos super longe do hotel e que ele só tinha recebido 50 rupias. Paciência amigo, disseste que nos levavas até o nosso hotel, por isso agora vais levar-nos até lá ou chamamos a polícia. Quando ele percebeu que estávamos mesmo muito chateados e que não íamos sair tão facilmente do tuk tuk, acabou por levar-nos ao hotel.

tuk tuk índia

A burla nº2: o cartão SIM

Na Índia compensa comprar um cartão SIM. É muito barato e permite ter net quase ilimitada (1,5 GB por dia). Para nós tem sido indispensável. Algumas pessoas irão vos dizer para comprar no aeroporto para evitar as burlas, mas nesse caso irão pagar o dobro ou o triplo. Um cartão SIM para 1 mês com chamadas ilimitadas para número nacionais e 1,5 GB por dia custa normalmente entre 400 a 600 rupias dependendo das operadoras. Disseram-nos que a melhor é a Airtel, mas também existe a Vodafone.

A primeira burla relativamente ao cartão SIM é o valor do mesmo. Algumas lojas pedem valores absurdos entre 1000 a 2000 rupias e por vezes ficam sem net. Falamos com vários voluntários e todos nós pagamos preços diferentes. Um dos voluntários pagou 650 rupias por um cartão SIM válido 3 meses! Mas também houve quem pagasse 700 rupias só para um mês. Quanto a nós pagamos 500 rupias por mês, ou seja 1000 rupias para 2 meses e temos direito a 1,5 GB por dia, mas fomos claramente enganados.

A segunda burla é dizerem que fica ativo apenas dentro de 3 dias, entretanto vocês mudam de cidade e o número nunca chega a ficar ativo. O nosso número ficou ativo no espaço de 3h. Tivemos de ir por 2 vezes à loja onde o compramos para ficar tudo direitinho. Um dos voluntários também conseguiu ficar com o número imediatamente ativo no próprio aeroporto de Kochi, não sei se em Délhi isso também acontece.

A net não funciona a 100%, mas serve perfeitamente para fazer umas pesquisas, publicar nas redes sociais e até para ver séries na netflix 🙂

LIÇÃO Nº 2

Podem tentar comprar o cartão SIM diretamente no aeroporto, mas não comprem se for mais do que 500 rupias por mês ou mais de 650 rupias para 3 meses. Se comprarem no aeroporto tem de ficar ativo de imediato, caso contrário será melhor comprar no centro da cidade.

Perguntem no vosso hotel se conhecem uma loja de confiança e só comprem se vos disserem que fica ativo no mesmo dia. Não hesitem em ir à loja as vezes que forem preciso até o cartão ficar totalmente funcional ou peçam um reembolso.

varanasi india

A burla nº3: o tuk-tuk

Esta é a burla típica e a mais frequente. Se não souberem os preços enganam-vos com muita facilidade. Compensa muito andar de tuk-tuk, mas apenas se souberem os preços, caso contrário fica mais barato pedir um uber ou um táxi.

Primeiro convém diferenciar o tipo de tuk-tuk: os privados e os partilhados. A vossa escolha deve ser sempre a segunda “shared tuk-tuk”. Esses tuk-tuks são maiores e funcionam como “mini-autocarros” públicos. O preço é fixo por pessoa e por trajecto. Um trajecto curto entre um ponto A e um ponto B num raio de 2 a 5 kms custa apenas 10 rupias por pessoa. Um trajecto num raio de 5 a 10kms custa apenas 15 rupias por pessoa. Os privados são mais caros, mas não deixam de ser económicos. Nas grande maioria dos locais é possível pesquisar no google maps o trajecto que tencionam fazer e ele indica o preço para transportes como Uber, Olá e tuk-tuks privados. Tem sido uma ferramenta muito útil para argumentar com eles. Ficam sempre muito admirados e acabam sempre por baixar o preço. 

Alguns irão recusar esse preço por serem turistas, mas não desistem. Já andamos várias vezes de tuk-tuk e encontramos sempre um que aceita levar-nos pelo “preço indiano”. 

LIÇÃO Nº 3

Para conseguirem preços mais baixos convém ir até uma zona ou uma interseção com vários tuk-tuks e pedirem a vários. Nas cidades mais turísticas chegaram-nos a pedir valores absurdos do género 1000 rupias. Nesses sítios acabávamos quase sempre por chamar um Uber ou Olá para não nos chatearmos.

Mas não desistem! Por vezes torna-se cansativo ter de negociar, mas tuk-tuks não faltam na Índia e podem vos fazer poupar muitas rupias. Por isso perguntem ao próximo, a viagem irá valer a pena.

burlas na índia

COMO SE DESLOCAR NA ÍNDIA

Uma das formas mais económicas para se deslocar entre cidades na Índia é o comboio. O tuk-tuk é ideal para se deslocarem dentro das cidades. Podem ver aqui todas as informações úteis sobre os principais meios de transportes indianos.

A burla nº4: o rickshaw

Esta burla foi uma das tais que aconteceu enquanto escrevia o artigo. Não fazíamos a mínima ideia que havia uma diferença entre tuk-tuks e rickshaws. Basicamente os primeiros são “mais confortáveis”, mais fechados e andam mais rápido. Os segundos parecem ter um motor diferente, são totalmente abertos, andam muito mais devagar, são muito mais desconfortáveis e são proibidos em algumas estradas! E aí está a grande burla!

Num dos tais sítios super turísticos onde um tuk tuk nos pediu 1000 rupias para um trajecto que custava 200, um rickshaw aceitou levar-nos pelo preço que aparecia no google maps. O trajecto ainda era longo até o forte que queríamos visitar. Depois de já estarmos bem longe do centro da cidade, sem hipóteses para voltar para trás, chegamos a uma barreira com um polícia. A partir desse ponto só podiam passar carros e tuk-tuks. O homenzinho do ricksaw vira-se para nós e diz que temos de fazer o resto a pé… vários quilómetros a subir!

O facto da polícia estar por perto deu-nos mais coragem e ficamos tão chateados com o homem do rickshaw, que ele foi-se embora sem pedir dinheiro. Explicamos que os turistas não mereciam ser tratados dessa forma, que ele tinha sido desonesto connosco e que tínhamos confiado nele. Ele percebeu e pediu mil desculpas.

Tudo bem, não pagamos o rickshaw, mas ficamos no meio do nada, apenas na companhia do polícia e de um tuk-tuk que nos pedia 400 para os últimos quilómetros… Felizmente conseguimos apanhar internet e pedimos um Olá por 130 rupias. Se não tivéssemos conseguido chamar um Olá teríamos provavelmente pedido boleia aos carros que iam para o forte. Por isso, evitem ao máximo os rickshaws.

rickshaw índia

A burla nº5: tirar uma fotografia ou colocar um tilak na testa"

Essa burla é mais frequentes em algumas cidades como Rishikesh e Varanasi, na zona dos ghats (escadas frente ao rio). Se alguém se aproximar de vocês e quiser colocar um tilak na vossa testa (aquele famoso pontinho vermelho) ficam já a saber que irá pedir dinheiro no fim. Aconteceu-nos isso em Rishikesh, o senhor parecia tão simpático e insistiu tanto que acabei por aceitar achando que era apenas generosidade dele. Mas no fim esticou logo a mão pedindo dinheiro.

O mesmo acontece quando vos pedem uma fotografia. Esta burla pode ser muito confusa e pode induzir-nos a adotar um comportamento ofensivo. Muitos indianos gostam genuinamente de tirar fotografias com estrangeiros e não querem dinheiro. Mas se for um shaman a pedir para tirar uma fotografia, então desconfiem.

burlas na índia

A burla nº6: o monumento está fechado

Aconteceu-nos chegar a um forte às 17h00 para assistir ao pôr do sol. O monumento em questão, como a grande maioria dos monumentos na Índia, não tem horários fixos, abre ao nascer do sol e fecha ao pôr do sol. Ora o pôr do sol estava programado para as 18h20. Quando chegamos às 17h00 a polícia diz-nos que está fechado, só podemos entrar se for para ir jantar ao restaurante que se encontra dentro… E sim, leram bem, foi a própria polícia a dizer-nos isto.

Sorte nossa, naquele preciso momento entra um grupo de indianos e saem todos da bilheteira com bilhetes na mão em direcção ao pôr do sol. Apontei para eles e perguntei ao polícia se eles também iam para o restaurante ou se era apenas uma obrigação para os turistas. O amigo dele riu-se e deixou-nos entrar. Não foi nada de especial, mas fica aqui o aviso.

Conhecem mais alguma burla indiana? 

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Olá !

Somos a Marina e o Axel, um casal ¾ português e ¼ francês, que viaja sempre que pode. Com este blogue queremos mostrar-vos a nossa maneira de viajar, totalmente personalizada e totalmente livre, longe dos aborrecidos roteiros pré-feitos que abarrotam de turistas.

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Sendo médica de família também tenho outro blogue dedicado à Saúde Materna e Infantil. Se tiverem interesse podem consultar a página aqui.

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