Há tanto tempo que queria fazer este roteiro pelo Sul de França. Apesar de ter vivido lá e conhecer bem o norte de França, nunca tive a oportunidade de visitar o Sul. Durante o nosso ano de Erasmus em Paris decidimos, numa escapadinha de fim de semana, descobrir uma pequena parte da Côte d’Azur, mas isso não conta pois não? Dois dias não serve para quase nada, mas a verdade é que foi o suficiente para nos apaixonarmos por Nice. Desde essa altura que sonhamos em voltar para descobrir todas as maravilhas dessa região tão diversificada e tão rica em paisagens e actividades.
Este ano a pandemia deu-nos as voltas e após 2 semanas a descobrir as belezas do Alentejo e do Algarve decidimos consagrar as restantes 2 semanas de férias ao nosso segundo país, a França. Como não sabíamos a evolução que a pandemia ia ter durante o verão, não queríamos arriscar comprar voos e ver tudo cancelado à última da hora. Já estando habituada a fazer longas viagens de Portugal a França, achei que a melhor opção seria mesmo essa, ir de carro. Mas para não tornar a viagem muito cansativa decidimos fazer primeiro uma paragem estratégica na incrível região do Aragão no norte de Espanha e ao voltar paramos 3 dias no Parque Nacional dos Pirenéus em França. Foi sem dúvida uma excelente decisão.
Roteiro Sul de França | O nosso itinerário
Tínhamos planeado começar este roteiro no sul de França em Carcassonne, uma cidade medieval que fica relativamente perto da fronteira espanhola e a caminho da Provença. Mas após o nosso pequeno problema no Aragão, tivemos de ficar mais um dia em Espanha para mudar os pneus do nosso carro. Tivemos então de abandonar a ideia de visitar Carcassonne e ir directamente até as Gorges du Verdon. Mas se procurarem uma paragem estratégica entre a Espanha e a Provença francesa, fica essa sugestão.
Duas semanas sabem sempre a pouco principalmente numa região como o sul de França. Decidimos visitar apenas uma região, a região francesa PACA (Provence-Alpes-Côte d’Azur). Entre as incríveis paisagens montanhosas dos Alpes, as praias paradisíacas da Côte d’Azur, o rosa intenso das salinas, o lilás dos campos de lavanda e as diversas Reservas e Parques naturais, não restam dúvidas de que esta é uma das regiões mais bonitas e completas de França, sendo uma excelente opção para quem visita pela primeira vez o sul do país.
Que lugares acrescentaríamos a este roteiro no Sul de França
Antes de mais, a Provença francesa é famosa pelos seus campos de lavanda. Tivemos pena de não poder admirar esse lugar único, mas em Agosto os campos já não estão em flor, por isso nem passamos por lá. Se quiserem admirar esses magníficos campos devem ir entre Junho e Julho.
Outro lugar que gostaríamos de ter visitado: o Colorado Provençal. Ainda por cima fica muito bem localizado, relativamente perto das Gorges du Verdon, portanto é fácil incluir esse lugar no vosso roteiro pelo sul de França. Estava incluindo no nosso roteiro, mas acabamos por não ter tempo suficiente.
Se tivéssemos tido mais sorte com a meteorologia teríamos passado um dia na ilha de Porquerolles, existem vários barcos por dia sendo muito fácil fazer a ida e volta no próprio dia. Claro que o ideal seria passar lá pelo menos 2 noites, as paisagens e praias paradisíacas parecem valer a pena.
Em termos de cidades, se for a vossa primeira visita ao sul de França, uma das cidades mais bonitas, pelo menos para nós, é Nice. Como já disse, visitamos esta cidade há vários anos atrás e ficamos encantados. Nessa altura também visitamos Cannes e Saint Tropez, mas não achamos nada de especial. Outra cidades que parece valer a pena visitar: Avinhão.
Por fim, outro local que tentamos a todo custo incluir no roteiro foi o Parque Nacional de Mercantour. Será provavelmente um dos grandes motivos para voltarmos a esta região em breve.
O NOSSO ITINERÁRIO
Podem carregar diretamente no local de interesse
Gorges du Verdon (route des crêtes)
Noite em turismo rural no B&B Pierre de Lune
Gorges du Verdon (lago + trilho)
Noite em turismo rural no B&B Pierre de Lune
Noite em turismo rural no B&B Pierre de Lune
Noite no Cassis Hostel
Noite no Cassis Hostel
Viajar em tempos de covid
Viajar em tempos de covid obriga-nos a ter alguns cuidados. Primeiro convém sempre verificar as regras e restrições do país para onde vão ou que tencionam atravessar. Quando fizemos essa viagem ainda não havia restrições em Espanha nem em França.
Segundo ponto muito importante, fazer um bom seguro de viagem no qual esteja incluído despesas diretamente relacionadas com a pandemia. Os seguros da IATI para além de serem super económicos, com uma excelente relação qualidade/preço, incluem todos cobertura COVID-19. E se fizerem o vosso seguro através deste link poderão usufruir de um desconto de 5%.
O seguro que fizemos e que recomendamos para viagens na Europa é o Seguro Escapadinhas, fica por 17,45€/semana.
Dia 1 - Gorges du Verdon (route des crêtes)
Após uma longa viagem desde Espanha chegamos, pouco antes do pôr do sol, ao nosso hotel, o único que reservamos com antecedência. De manhã, após um delicioso pequeno almoço francês partimos à descoberta da região. Tinham-nos recomendado percorrer primeiro as várias estradas panorâmicas de carro. Começamos então pela estrada D71 em direcção a Castellane passando pelo miradouro “Balcon de La Mescla“.
Tínhamos planeado ir até o vilarejo de Castellane, mas a certa altura vimos um acesso fácil ao rio turquesa e decidimos estacionar o carro. E foi com cadeiras às costas e almoço na mochila que descemos até o rio para aproveitar a praia fluvial praticamente deserta. Nesta parte do rio é possível deixar-se levar pela corrente e saltar em poços profundos. Um autêntico divertimento numa paisagem idílica. Acabamos por ficar ali umas 3h.
Seguimos depois viagem em direcção a La Palud sur Verdon, pois é aí que se inicia a famosa Route des Crêtes du Verdon que corresponde à estrada D23 e faz um círculo. Parte dessa estrada é em sentido único portanto recomendo começar pela esquerda, ou seja, de La Palud ir em direcção ao miradouro Trescaire e seguir a estrada de volta até La Palud.
Finalizamos o dia no charmoso vilarejo Moustiers Sainte Marie onde tivemos a oportunidade de conversar com pessoas da região que nos deram muitas dicas úteis, principalmente sobre as caminhadas que poderíamos fazer no dia seguinte.
DICA PARA OS FOTÓGRAFOS (e não só)
Como já deu para perceber acabamos por "perder" algum tempo a tomar banho no rio e chegamos por volta das 16h à Route des Crêtes. Bastou-nos passar por dois miradouros para perceber o nosso erro. Esta estrada deve ser percorrida de manhã no máximo até às 15h00 para apanhar o rio iluminado. O desfiladeiro é tão profundo que sem luz não vão conseguir apreciar a beleza do local. Não deixa de ser impressionante, mas decidimos voltar no dia seguinte, ao meio dia, e a diferença é abismal.
Dia 2 - Gorges du Verdon (lago Ste Croix e trilho)
Para este segundo dia tínhamos planeado fazer uma das principais caminhadas das Gorges du Verdon, queríamos descobrir a pé este canyon incrível. As duas caminhadas mais completas são a caminhada do Imbut e a caminhada Blanc-Martel. A primeira é circular, mais curta, mas muito mais técnica com subidas e descidas mais abrutas. A segunda é linear, supostamente mais fácil, mas muito mais longa sendo necessário planear o regresso de autocarro. Entre as duas recomendaram-nos a primeira, no entanto disseram-nos que são ambas muito lindas, mas também muito vertiginosas e muito cansativas. Como já tínhamos tido a nossa dose de vertigem no Aragão optamos por fazer uma caminhada muito mais tranquila, a do Couloir Samson que se inicia neste parque de estacionamento. Antes de iniciar a caminhada fomos até o miradouro Point Sublime, que muito sinceramente nos desiludiu comparado com os miradouros da Route des Crêtes que percorremos novamente nessa mesma manhã.
A caminhada do Couloir Samson é curta, são cerca de 2,8 kms para fazer a ida até o miradouro de Trescaire. Atravessamos 2 túneis um deles bem comprido (no total são 750m de túneis) sendo por isso conveniente levar uma lanterna e um casaco. Depois dos túneis, em vez de continuar o trilho, decidimos seguir umas pessoas que estavam a descer para ir dar um mergulho no rio. A descida é um pouco abruta, mas há cordas para ajudar e o esforço valeu sem dúvida a pena. O rio cria pequenas piscinas naturais nessa zona.
À noite fomos novamente jantar a Moustiers Sainte Marie, ficamos rendidos a esta pequena vila.
Onde dormir nas Gorges du Verdon ?
Durante a nossa roadtrip pelo sul de França, reservamos poucos hotéis pois não sabíamos ao certo o nosso destino e queríamos guardar alguma liberdade em caso de agravamento da situação epidemiológica. Este foi dos poucos hotéis que reservamos com antecedência porque sabíamos que esta região iria ficar rapidamente completa. E mesmo reservando com um mês de antecedência já não havia grande escolha.
Não somos adeptos de hotéis com 50 quartos, gostamos de turismo rural, locais personalizados e com ambiente familiar. Acabamos por encontrar o alojamento ideal a 20 minutos do lago principal. Um pequeno hotel de turismo rural com apenas 4 quartos no rés-de-chão de uma charmosa casinha (com piscina e jardim) onde vive uma linda e acolhedora família inglesa que decidiu instalar-se no meio dos campos, nesta região que tanto amam. Já aí vivem há 2 anos e todos os dias vão buscar pão fresco ao padeiro da aldeia. O pequeno almoço é servido no jardim ou frente à piscina com produtos franceses locais. A cozinha fica à disposição de todos tornando o ambiente muito familiar. Adoramos.
Para mais informações e reservas: B&B Pierre de Lune
Dia 3 - Gorges du Verdon e cascata Sillans
Para este terceiro dia do nosso roteiro pelo sul de França tínhamos planeado fazer canoagem no lago Sainte Croix, mas havia tanta gente que decidimos antes descobrir a cascata Sillans antes de seguir viagem para Cassis e Marselha.
Esta cascata é lindíssima, mas para aproveitar a cascata iluminada convém ir lá entre as 11h30 e as 15h. Existem vários caminhos, um deles vai directamente até o miradouro e outro até o rio onde podem tomar banho. Do rio não conseguem ter acesso à cascata, mas conseguem passar um bom momento entre mergulhos e um bom piquenique. Nos dias de muito calor o acesso ao rio é proibido pelo risco de incêndio. Foi precisamente isso que aconteceu quando lá estivemos. Vimos famílias com arcas a dar meia volta, mas o acesso ao miradouro continuava acessível portanto seguimos o trilho até ficarmos completamente deslumbrados com a beleza desta cascata.
De tarde seguimos viagem até a Côte d’Azur, nesta altura de pandemia queríamos evitar grandes cidades como Marselha então optamos por ficar a meio caminho entre Cassis e Marselha.
Dia 4 - Estrada panorâmica de Cassis
Estradas panorâmicas não faltam nesta região, mas se tiverem de percorrer apenas uma é esta: a estadra que liga La Ciotat a Cassis, também conhecida como a “Route des Crêtes“. Sim, os franceses não são muito originais a dar nomes a estradas. Antes de começar decidimos parar numa Boulangerie para comprar o nosso pequeno almoço e foi bem difícil escolher. Começamos depois em La Ciotat e paramos no primeiro miradouro para degustar o nosso pequeno almoço com uma vista incrível. Demoramos umas 2h a percorrer os 15 km que separaram as duas cidades. Esta costa é simplesmente fabulosa, não há palavras que descrevam o que sentimos ali no cimo da falésia.
De tarde decidimos ir descobrir as famosas Calanques de Cassis, mal sabíamos o que nos esperava. As Calanques são enseadas rodeadas por altas escarpas inseridas num Parque Nacional que perfaz um total de 20kms entre Cassis e Marselha. É impressionante. E ainda nem vos falei da cor da água.
Para tentar resumir existem várias enseadas, todas com nomes diferentes e com acessos diferentes num parque muito bem preservado e protegido. Durante o verão o acesso de carro é completamente proibido e se as temperaturas subirem o parque fica totalmente fechado sem acesso possível, mesmo a pé.
Do lado de Cassis existem 3 Calanques seguidas: Port-Miou, Port Pin e a famosa Calanque d’En Vau. Ingénuos como somos, achamos que iríamos fazer as três numa tarde até descobrir que a Calanque d’En Vau, a mais bonita de todas, tem um dos acessos mais difíceis. Após um mergulho na Calanque Port Pin e uma caminhada de 1h sempre a subir, chegamos a um grande miradouro com vista para a Calanque d’En vau. Já eram 17h e apesar da luz e da paisagem ser incrivelmente linda, ainda faltava uma boa meia hora a descer até a Calanque e o sol já não conseguia chegar à pequena enseada no meio das falésias vertiginosas que a rodeavam.
Decidimos então aproveitar o pôr do sol no meio desta paisagem idílica, quase surreal, no cimo da falésia.
Onde dormir em Cassis/Marselha?
Esta estadia foi reservada na véspera porque ainda não sabíamos bem o que iríamos fazer. Quando começamos as nossas pesquisas no Booking as opções já eram escassas. Encontramos ainda assim um apartamento para 3 pessoas entre Cassis e Marselha, mais precisamente em Gémenos, que nos pareceu ser uma boa aposta com uma boa relação qualidade/preço. Quando chegamos para fazer o check-in às 19h já não tinham apartamentos disponíveis, segundo eles não receberam a notificação do Booking e já tinham alugado o nosso apartamento a outras pessoas. Após tantas viagens e tantas reservas nunca tal nos tinha acontecido. Ficamos obviamente muito desiludidos e a solução deles passava por reservar um apartamento num hotel ao lado que era mais caro.
Após insistência nossa acabaram por nos dar um quarto onde acrescentaram uma cama extra. Não me vou alongar muito mais, não gostamos do atendimento nem do quarto. No dia seguinte mudaram-nos para um apartamento, apesar de mais confortável acabamos por não apreciar tão bem a estadia. Apesar de ser mais barato ficar afastado das grandes cidades, se voltasse a reservar hoje escolheria sem dúvida um apartamento ou quarto no centro de Cassis. Ficamos encantados com essa cidade. Encontrei este pequeno hotel familiar com piscina e pequeno almoço no centro da cidade: Cassis Hostel, mas podem encontrar mais opções aqui.
Para mais informações e reservas: Cassis Hostel
Dia 5 - Calanques de Cassis
Neste segundo dia nas Calanques de Cassis decidimos voltar à Calanque d’En Vau, desta vez de manhã, mais bem preparados, com o almoço na mochila e com mais tempo. E ainda bem que voltamos. Não é por nada que esta Calanque é considerada a mais bonita. Demoramos cerca de 1h30 a lá chegar e o pequeno areal já se encontrava preenchido por dezenas de toalhas. Felizmente conseguimos encontrar um cantinho nas rochas, isolados, com acesso directo à água cristalina. Passamos aí o dia entre mergulhos e saltos até a luz começar a desaparecer.
À noite decidimos ir jantar a Cassis e ficamos rendidos a esta pequena cidade. Jantamos no restaurante Le Grand Bleu onde recomendamos experimentar como entrada as “Moules gratinées” e como prato principal um dos peixes do dia. É tudo muito fresco, pescado no próprio dia e delicioso.
Informações Úteis | Calanque d'En Vau
☛ COMO CHEGAR
O acesso à Calanque d'En Vau faz-se por um trilho que se inicia na Calanque Port Miou. Daí têm de seguir até a Calanque Port Pin, demoram cerca de 30 minutos a lá chegar por um trilho linear junto à Calanque. Até aí não há como se enganar. Chegando a Port Pin o trilho divide-se em dois. Um trilho panorâmico junto ao mar e outro que sobe pela floresta. Claro que fomos tentados a seguir o trilho panorâmico, mas não o recomendo. É muito mais longo, menos evidente e difícil. Pelo outro trilho que atravessa a floresta conseguem subir em apenas 30 minutos. Após a subida chegam a um pequeno largo, se virarem à esquerda irão chegar ao miradouro, se seguirem em frente irão começar a descer para a Calanque (contar mais 30 minutos a descer). Essa descida pode ser perigosa se não forem com calçado apropriado, ou seja, sapatilhas. Vimos uma pessoa de chinelos que rogou pragas o caminho inteiro e acabou por desistir quando chegou a esta parte.
Existe outro acesso mais fácil saindo de La Gardiole. O trilho faz-se todo por uma estrada de terra batida que serve de acesso aos carros e bombeiros. No entanto essa estrada está proibida desde 2016.
☛ ONDE ESTACIONAR
Durante a semana podem deixar o vosso carro no parque de estacionamento da Presqu'île, custa 8€/dia. Durante o fim de semana podem deixar o vosso carro gratuitamente nas ruas da Presqu'île.
Outra opção consiste em deixar o carro à entrada de Cassis no parque de estacionamento chamado Gorguettes (gratuito) e daí apanhar um autocarro por 1,60€ ida e volta até a Presqu'île.
Dia 6 - Calanques de Marselha
Do lado de Marselha também existem várias Calanques. Pelo que nos disseram as duas mais bonitas são a Calanque de Sormiou e a Calanque de Sugiton. Optamos pela segunda por ter um miradouro mesmo ao lado. O tempo não nos ajudou muito nesse dia, mas mesmo assim deu para apreciar a beleza do local e para alguns até deu para dar um mergulho refrescante.
À noite voltamos a passear no centro de Cassis, uma cidade muito agradável e ainda mais linda à noite. Nesta segunda noite decidimos experimentar outro restaurante à beira mar, La Vieille Auberge. Estando à beira mar voltamos a escolher peixe fresco e não ficamos desiludidos.
Informações Úteis | Calanque de Sugiton
☛ COMO CHEGAR
O acesso à calanque de Sugiton é muito fácil, não há como enganar. O trilho está muito bem sinalizado e demoram cerca de 1h desde o parque de estacionamento até a Calanque de Sugiton. Mas se tiverem dúvidas podem ver o trilho detalhado aqui.
☛ ONDE ESTACIONAR
Podem deixar o vosso carro perto da Faculdade de Luminy, existe um parque de estacionamento gratuito aqui.
Dia 7 - Carmaga - Parque Ornitológico
Antes de seguir viagem para a Camarga, decidimos dar mais um passeio pelo centro de Cassis. Tentamos visitar o forte de Cassis e ficam já a saber que não é possível. Trata-se de um hotel apenas acessível aos hóspedes. Após uma breve paragem por Marselha para deixar a nossa companhia dos últimos dias na estação de comboio, seguimos viagem até a Camarga. Após um check in muito rápido conduzimos directos até o famoso Parque Ornitológico para assistir ao pôr do sol.
Se só têm tempo para visitar UM sítio na Camarga escolham este parque! Principalmente ao pôr do sol! Recomendo irem bem cobertos da cabeça aos pés e com duplo repelente para mosquitos. Foi a ocasião ideal para testar a eficácia do repelente Wild at Ease, um repelente para aplicação nos têxteis aprovado pela OMS e muito eficiente. O parque é constituído por várias lagoas, portanto já íamos preparados para o festival dos mosquitos. Assistir ao pôr do sol no Parque Ornitológico foi das melhores experiências que tivemos. Poder observar centenas de flamingos a levantar voo ao pôr do sol é indescritível.
Onde dormir na Camarga?
A Camarga foi sem dúvida o nosso local favorito, ou pelo menos aquele que mais nos surpreendeu, neste roteiro pelo sul de França. Reservamos um hotel numa zona sossegada mas próximo de tudo. Um hotel com piscina, cavalos e touros, num ambiente familiar e acolhedor.Os quartos são simples, mas confortáveis e a grande mais valia é que fica a 5min de carro no Parque Ornitológico e a 10 minutos do centro de Saintes-Maries-de-la-Mer.
Para mais informações e reservas: Manade Cavallini – Mas de Pioch
Dia 8 - A Carmaga de bicicleta
Para o nosso segundo dia na Camarga decidimos começar por explorar as famosas salinas cor de rosa (Salins-de-Giraud). Supostamente não é permitido visitar sem guia, mas existe um acesso sem restrições aqui com estacionamento gratuito. Ainda antes do almoço, decidimos alugar bicicletas para explorar a Reserva Natural dos Pântanos do Vigueirat. Alguns hotéis e empresas de aluguer propõem uma opção com piquenique.
Explorar a região de bicicleta é sem dúvida uma das principais atrações da zona e pode ser um passeio muito agradável se tiverem boas bicicletas! Mais vale gastar mais dinheiro e alugar num sítio de confiança. Decidimos alugar num pequeno restaurante local e com a opção piquenique ficou-nos por apenas 15€ pelos dois. Adoramos o passeio, mas teríamos percorrido mais quilómetros se tivéssemos bicicletas mais confortáveis. Acabamos por fazer um circuito circular de 25kms passando pela praia Beauduc onde demos uns mergulhos no mar e onde saboreamos o nosso piquenique. No fim voltamos passando por um caminho acidentado entre as lagoas Fangassier e Galabert. Foi uma das partes mais bonitas do circuito. Um lindo trajecto que recomendo fazer de manhã cedo ou ao final do dia para evitar as horas mais quentes.
Ainda tivemos tempo para ir assistir ao pôr do sol em Saintes-Maries-de-la-Mer, uma cidade muito agradável à beira mar onde acabamos por ficar para jantar mexilhão com molho Roquefort e batatas fritas. Uma especialidade a não perder.
Dia 9 - Camarga e ida para os Pirenéus
Neste último dia na região PACA, e mais precisamente na Camarga, optamos por voltar ao nosso local favorito, o Parque Ornitológico. Aproveitamos o sossego da manhã para dar a volta completa ao parque. Existem dois circuitos, um curto que passa pelas principais lagoas onde se encontram os flamingos e um circuito mais longo que dá a volta completa ao parque. Se fizerem o circuito mais pequeno não irão perder muito. A outra parte do parque não está tão bem preservada, e a grande maioria dos animais estão no pequeno circuito.
Ficamos novamente longos minutos, para não dizer horas, a observar esta rica fauna e flora antes de seguir viagem até o nosso próximo destino: o Parque Nacional dos Pirenéus.
Espero que tenham gostado deste roteiro pelo Sul de França. A Provença é sem dúvida uma das regiões mais bonitas e com maior diversidade de paisagens e atividades de França. Uma excelente opção para quem quer descobrir a França em todo o seu esplendor. Além disso é acessível de carro desde Portugal tornando-se num ótimo destino em tempos de covid. Fica a sugestão!
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Muito obrigado por este magnifico Roteiro. Mais uma vez vocês são super profissionais nas informações que disponibilizam. Irei de certeza fazer este percurso, tal como o de Aragão. O ano passado fiz o dos Dolomites tal como vocês também o publicaram. Sou também uma vossa fiel seguidora no instagram
Aproveito para vos dar os parabéns pelo vosso Blogue, que é sem dúvida de uma qualidade gráfica acima da média. Que venham mais viagens, sonhos e propostas
Querida Ana, muito muito obrigada pela sua mensagem. Numa época em que as viagens são apenas um sonho e o tempo livre muito escasso, deu-me novamente vontade de escrever para partilhar aquilo que ainda falta sobre esta linda viagem. Ainda vem que gostou e espero que possa descobrir um dia esta região. Recomendo ir em junho/julho para aproveitar os campos de lavanda em flor.
Mais uma vez obrigada!